O parlamento da Coreia do Sul aprovou nessa terça-feira (9) um projeto de lei que proíbe a venda de carne de cachorro, hábito que gera polêmica e que nos últimos anos vem perdendo seguidores no país.
A lei ainda prevê uma punição de 3 anos ou 112 mil reais para os comerciantes que comercializarem esse tipo de carne, porém o projeto não tem nenhuma pena para o consumidor.
Os proprietários de fazendas e restaurantes que vendem carne de cachorro terão um prazo de 3 anos para mudar o negócio ou fechar. Também é valido destacar que o projeto foi aprovado em decisão com apoio bipartidário, o que é raro no país, que possuí um cenário político marcado por uma forte divisão.
Lee Sang-kyung, gerente de campanha para a proibição da carne na Coreia do Sul, destacou que o hábito de consumo já foi popular no país em período de guerra, porém nos últimos anos os hábitos alimentares têm mudado: “Nossa percepção sobre o consumo de carne de cachorro e de animais em geral tem mudado nas últimas décadas”, disse. O gerente continuou: “Já foi popular quando os nossos recursos alimentares eram escassos, como durante a Guerra da Coreia, mas à medida que a economia se desenvolve e a percepção das pessoas em relação aos animais e ao nosso consumo de alimentos, escolhas alimentares e coisas mudam, então penso que é o momento certo para acompanhar o tempo.”
Muitos criadores de cachorros se manifestaram contrários a nova lei, Lee Kyeong-sig, um desses criadores, disse: “Ninguém tem o direito de roubar de 10 milhões [de consumidores de carne de cachorro] o direito à alimentação e o direito à sobrevivência de 1 milhão de criadores e trabalhadores de cães pecuários”, afirmou o comunicado à imprensa.